Supere sua ansiedade

por Márcio Vaz
palestrante, psicólogo e coach

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Hoje venho falar sobre um assunto alarmante que tem atingido muita gente na Era Digital. Pesquisas apontam que até o ano de 2025, de cada dois habitantes da terra, um terá algum tipo de perturbação mental. Ou seja, você sabe o que isso quer dizer? É que eu ou você, será um dos perturbados em questão.

Devido a velocidade e ao excesso de Informações a que somos submetidos diariamente, temos desequilibrado emocionalmente. Nossa mente encontra-se acelerada e, ao mesmo tempo, desmemoriada, pois não damos conta de registrar e armazenar tantos dados. Nos tornamos reféns das tecnologias, e estamos presos a tantas cobranças e auto cobranças, que corremos o risco de adoecer – Sendo a Ansiedade um dos sintomas manifestos.

Faz-se cada vez mais necessário, trabalharmos a nossa inteligência emocional, para que tenhamos controle sobre nossas reações. A ansiedade em si, quando moderada, não é um mal. Faz parte da natureza humana e trata-se apenas de um estado de alerta. O problema é quando não conseguimos agir. Logo, o que fazemos em relação a essa inquietude, é o que irá definir como iremos nos sentir e reagir. Tudo vai depender da nossa ação diante de um desafio ou problema, que pode ser tanto de enfrentamento, quanto de fuga ou paralisação, ao nos depararmos com as sensações de frio na barriga, angústia no coração, mãos suadas ou frias, pernas tremulas etc.

Lembro-me que, desde a adolescência, tenho medo de altura. Estar em um lugar alto, gera-me muita ansiedade. Porém, tal sensação nunca me impediu de voar ou brincar em parques de diversões. A única diferença era que, enquanto meus amigos riam na Montanha Russa, eu me esgoelava gritando apavorado. O que para eles representava diversão, para mim apresentava-se como tortura. Nesse momento, caro leitor, você pode estar a se perguntar o porquê que eu ia “brincar”, já que não me divertia? Pois bem, eu encarava o desafio, para tentar vencer o meu medo e, óbvio, como todo adolescente, eu não queria fazer feio diante dos amigos para ser motivo de chacota.

Hoje, o medo permanece, mas ainda bem que a gente amadurece, ou pelo menos deveria amadurecer, para deixar de se preocupar com o que os outros vão pensar. Pois, se me convidarem atualmente para uma aventura nas alturas, eu não vou nem morto. Quer dizer, só se for morto mesmo. Porém, isso não significa que hoje sou mais medroso, apenas digo NÃO para o que em nada me acrescenta. No entanto, quando o desafio se faz necessário por estar alinhado aos meus propósitos de vida, continuo jovem, ou seja, mesmo com medo, sigo adiante. Como foi o caso de quando subi ao palco para ministrar minhas primeiras palestras.

Desse modo, chamo a sua atenção para duas situações. A primeira é de que a ansiedade sempre existirá, pois vivenciamos novos desafios e problemas todos os dias. Certos disso, nada melhor do que usar o “frio na barriga”, ao nosso favor, reconhecendo na sensação um reflexo de que a vida está fluindo. Porque ao naturaliza-la, enfraquecemos sua força. O segundo ponto, é que a nossa ansiedade, por vezes, se dá na relação com o outro. Ela está baseada nas nossas expectativas do que vão achar de nós. Porém, enquanto a nossa preocupação tiver o outro como referência, não estaremos priorizando a nossa existência. Corre ainda o forte risco, de que na eminência da morte, venhamos a descobrir que nunca vivemos a nossa verdade.

Acredite, em alguns casos, ter ansiedade, traz inclusive algumas vantagens, pois ela só se manifesta fora da nossa zona de conforto. Pode ser o sinal de que estejamos desbravando novos horizontes ou nos alertando de algum mal. Porém, é na constante busca pela “perfeição” e pela tal “felicidade plena”, que potencializamos nossas aflições ao idealizarmos ilusões. Por isso, sempre indico, que o melhor caminho para amenizar a ansiedade, é aprender a ressignifica-la, assim como, diminuir as nossas expectativas e cultivar o nosso autoconhecimento, porque das sensações, não temos como escapar. Até quem não tem medo de voar, se estremece perante uma grande turbulência, ou quem sabe nadar, se amedronta diante de um tsunami.

Elevar o nosso nível de consciência, amplia o controle das nossas emoções. Afinal, compreender porque uma mesma sensação pode representar para alguns DOR e para outros PRAZER, torna-se algo intrigante. A exemplo: O porquê eu adoro a sensação de espirrar, mas o Edson odeia? Eu gosto de sentir dormência, mas a quem se queixa. Ou seja, mesmas sensações, com diferentes sentenças. Será que conseguimos ressignifica-las? Transformar frio na barriga, em sensação positiva? (O sino que toca quando tenho iniciativa).

Entretanto, mesmo atingindo certo nível de consciência, tenho uma má notícia. Alguns incômodos, dificilmente irão nos deixar. Pois, algumas vezes, traumas adquiridos na infância, fixam-se na inconsciência. Faz com que muitas pessoas que tem medo de baratas, mesmo conscientes de que elas não podem lhes fazer nada, permaneçam traumatizadas.

Posto isto, vale ressaltar que, por mais conscientes e equilibrados que estejamos, em algum momento, podemos fraquejar. Pois as piores TEMPESTADES que enfrentamos, não são as externas, mas sim, INTERNAS. E estas, não escolhem sexo, raça ou classe social, uma vez que não habitam, o campo da matéria. Agora, a boa notícia, é que existem inúmeras formas práticas de se tentar combater a ansiedade. Uma delas é tornar o fator desencadeador – em um hábito. Mesmo porque, tudo que repito, me adapto. O mesmo ocorre com o paladar. Se bebo algo amargo, com o tempo, a tendência é me habituar.

Segundo Charles Darwin “Não é o Ser mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta as mudanças”.

Caso você sofra de ansiedade e queira compartilhar comigo a sua angústia, responda este e-mail relatando-a, que se eu puder colaborar, envio alguma dica que possa lhe ajudar.

Este e outros artigos estão disponíveis em http://www.marciovaz.net/blog-news.

2 comentários em “Supere sua ansiedade

  1. Olá meu nome e Roselene tenho vivido com esse terror que é a ansiedade, não tomo nenhum tarja preta somente fitoterápico, mais de nada tem adiantado gostaria de algumas dicas pra me livrar disso obrigada

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    1. Olá, Riselene. Primeiramente, a ajuda profissional (psicologia e, caso necessário, psiquiatria) é indispensável para o tratamento da ansiedade. Um diagnóstico e tratamento adequado faz toda a diferença numa nova vida. No seu dia-a-dia, busque entender os seus processos e os gatilhos que lhe fazem disparar essas sensações, e, a partir disto, busque se adequar à sua realidade.

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